Projeto do governo libera terceirização para todas as atividades
CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
O projeto de lei que regula a terceirização no país, o PL 4.330, deve
entrar em votação na quarta-feira na CCJ (Comissão de Constituição e
Justiça ) da Câmara após representantes das empresas, governo e
deputados chegarem a um consenso e modificarem alguns pontos da proposta
original feita em 2004 pelo deputado Sandro Mabel.
No texto do governo, obtido pela Folha e que deve ser adotado
pelo relator, deputado Arthur Oliveira Maia (PMDB-BA), não há menção
expressa a um dos pontos de maior polêmica entre empresários e
trabalhadores: definir e proibir a contratação de terceiros na chamada
atividade-fim (aquela considerada a principal de uma empresa).
Ou seja, na prática, o projeto libera a terceirização para todas as atividades.
Exemplo: em uma fabricante de aparelhos eletroeletrônicos, a
atividade-fim está relacionada à produção do produto (celular,
televisão, geladeira). Outras atividades como segurança, alimentação,
vigilância, conservação e limpeza são chamadas de atividade-meio --e são
terceirizadas em boa parte das empresas.
Ainda não há lei no país sobre terceirização no setor privado, mas a
Súmula 331 do TST (Tribunal Superior do Trabalho) proíbe a prática para
atividades-fim.
O projeto que pode ser votado nesta semana, liberando terceirizados nas
atividades-fim, foi discutido por centrais sindicais, governo,
parlamentares e empresários. Segundo participantes das negociações, o
texto tem apoio de 3/4 dos participantes mesmo após trabalhadores e
sindicalistas irem para as ruas contra o projeto.
Segundo Ministério do Trabalho e Dieese, há de 12 milhões a 13 milhões
de terceirizados no Brasi, quase um quarto da força de trabalho com
carteira assinada.
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