Ex-coordenadores do Ipem no RN reforçam acusações contra deputado
Da Tribuna do Norte – Os depoimentos de
Daniel Vale e Aécio Aluízio Fernandes, respectivamente ex-coordenadores
jurídico e financeiro do Instituto de Pesos e Medidas do RN (Ipem/RN),
confirmaram as suspeitas do Ministério Público Federal (MPF) de que as
fraudes ocorridas na autarquia, no período de 2008 a 2010, tinham como
beneficiário capital o deputado estadual Gilson Moura (PROS). Daniel e
Aécio fizeram um acordo de delação premiada com o MPF e em troca de
informações detalhadas tiveram a garantia de que as penas as quais serão
condenados serão reduzidas em dois terços e que o cumprimento da
punição será no máximo em regime semiaberto. “O que temos é suficiente
para investigar o deputado. O problema é que estou nessa fase do
processo e ainda não tive tempo de analisar tudo”, disse o procurador da
República, Rodrigo Telles, antes de ouvir os auxiliares diretos de
Richardson Macedo, considerado mentor das fraudes praticadas no Ipem/RN.
Os ex-coordenadores do Ipem/RN foram os últimos a depor ontem,
iniciando por Daniel. Antes de serem interrogados, eles pediram para
Richardson Macedo e a imprensa deixarem o local. Daniel e Aécio estavam
nervosos. Mas ao serem indagados pelo procurador da República não
economizaram nas repostas. De acordo com os relatos, os salários do
núcleo principal da autarquia – composto pelo coordenador jurídico; de
operações; e pelo chefe de Gabinete – eram repassados a Richardson, que
os encaminhava a Gilson Moura. O destino dos recursos, segundo eles, era
comentado sem rodeios.
Os ex-auxiliares confirmaram também que Zulmar Pereira, o gerente do
Auto Posto Júnior II, em Cidade Satélite, entregava mensalmente cerca de
R$ 20 mil, para usufruto de Gilson Moura. O posto de Zulmar venceu duas
licitações para fornecer combustíveis ao Ipem. No entanto, admitiu o
próprio gerente em depoimento, os valores oriundos da gasolina utilizada
pela autarquia na empresa era consideravelmente inferior ao volume de
notas fiscais emitidas. Parte da família de Zulmar constava na lista de
funcionários fantasmas da empresa FF Empreendimentos Ltda, que depois
veio a se descobrir que pertencia a Aécio. Segundo eles, os valores
também eram destinados a Gilson Moura.
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