O senhor pretende apoiar candidato em Ceará-Mirim?
Eu sempre apoio. Se meu filho, Jerônimo, for candidato, com maior razão.
Se não for, terá outro candidato?
Certamente.
Ele vai ser?
Vou esperar o que ele me diz.
E o senhor? Tem planos eleitorais?
Não. Estou muito velho. Há algo... Uma vez, na hora em que estava sendo inteirado de que não iria mais para o Senado, veio a proposta para ser candidato a deputado federal. Não aceitei. Cada pessoa achou de explicar o motivo de não aceitar. O resumo foi: “Geraldo não aceitou ser candidato a deputado federal, e ele se elegeria, por vaidade”. Só quem não me conhece... Não é que eu não seja vaidoso, como você e qualquer pessoa. Mas não é isso. Ulysses Guimarães foi deputado federal. Ninguém no Rio Grande do Norte pode achar que me considere maior do que Ulysses Guimarães. Ele foi deputado federal e eu não poderia ser? Tancredo Neves foi deputado federal. Aluízio Alves foi deputado federal. Café Filho foi deputado federal. Foi presidente da República e nunca foi senador. Mas foi deputado. Então, não tem nada disso. É que hoje cobra-se de um candidato a deputado federal um preço e não conheço ninguém que esteja disposto a dar o dinheiro que precisaria. Eu teria que tirar da minha família. E não sei como, ao chegar na Câmara, eu poderia reaver. Nem quero saber. Então, não tinha o que fazer. Acho a atividade política uma das mais nobres a que uma pessoa pode se dedicar. Há preços pagos diariamente pelos melhores políticos do universo, mas há preços que não se pode pagar.
Trecho da entrevista à Tribuna do Norte
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