O Barrettão não é o ideal, o Barrettão é o possível
Marcos Lopes
O Barretão não presta, o Barrettão é ruim, o Barrettão é
desconfortável, o Barrrettão é isso ou o Barrettão é aquilo. Tudo bem,
mas é o que o América tem de momento, e cá pra nós, reclamar daquele
estádio como se ele fosse o pior do mundo é um exagero descomunal.
Vocês já viajaram por este país do
futebol? Conhecem os estádios e as condições que são oferecidas em
alguns deles? Eu falo porque conheço praticamente todos os estádios –
os principais conheço todos – deste país. De Itacoatiara no Amazonas ao
Aldo Dapuzzo no sul do Rio Grande do Sul, passando pelo Acre, Roraima,
Rondônia, RS, SC e por ai vai. A realidade da grande maioria deles não é
diferente da que a gente encontra em Ceará-Mirim.
Existe o ideal e o possível, e neste momento o Barrettão está
oferecendo o que é possível oferecer, mesmo que não seja ainda o ideal.
Ah! Mas hoje as emissoras de São Paulo vão transmitir de onde? Ora, e
quando a gente sai daqui e vai transmitir lá, vocês acham que as nossas
condições são excepcionais? Vai lá no Ninho da Garça em Guaratinguetá,
vai lá no Brinco de Ouro em Campinas onde na cabine cabe apenas o
narrador e mesmo assim se o cara for gordo vai sofrer um aperto danado.
Vai ali em Recife transmitir da Ilha do Retiro, os do Aflito ou do
Arruda, no meio da torcida. Vai lá em Paranaguá, transmitir ao lado da
torcida organizada do Atlético PR como eu fui – aliás, fui a todos os
lugares que citei aqui – vai em Arapiraca, onde não tem cabine e as
emissoras de fora ficam em um balcão, no meio da torcida.
Existe o ideal e o possível, está certo? E
hoje o América joga onde é possível jogar, em um estádio novo, zerado e
que vai sendo adequado.
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