A indicação do ex-secretário (duas pastas) de Assuntos
Fundiários e Apoio à Reforma Agrária (SEARA) e Recursos Hídricos do
Governo Rosalba Ciarlini, Gilberto Jales, para conselheiro do Tribunal
de Contas do Estado (TCE) causa um redemoinho nos bastidores do governo.
A crise tem ingredientes políticos, pessoais, familiar e até
matrimonial.
O geólogo Gilberto Jales foi uma escolha pessoal, exclusiva e
impositiva do secretário-chefe do Gabinete Civil do Estado e marido da
governadora, ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado (DEM).
A contragosto, Rosalba assinou a indicação determinada por Carlos. A
preferência dela era por sua irmã, ex-deputada estadual e
ex-vice-prefeita de Mossoró Ruth Ciarlini (DEM). Inclinada a promover
essa assunção de Ruth, a quem já fizera deputada e vice-prefeita,
“puxando-a pelo braço”, Rosalba tentou dobrar Carlos. Não conseguiu.
Ruth tinha a expectativa de ser içada para o TCE, mas desabou em
frustração após cientificada do veto. Seria até uma gloriosa compensação
para a ex-vice-prefeita, por não ter se viabilizado como candidata a
prefeita de Mossoró, no ano passado.
República Mossoroense
Rosalba e Carlos botaram até a própria vaga ao TCE como “moeda” de
troca, numa costura que passava pela renúncia da então prefeita de
direito, enfermeira Fátima Rosado (DEM), a “Fafá”.
No rol de melindrados entram pelo menos mais três nomes da chamada
“tropa de choque” do casal Rosalba-Carlos Augusto Rosado. Todos da
“República Mossoroense”, círculo de confiança do esquema governista.
O controlador-geral, além de ex-secretário de duas pastas do Governo
Rosalba (Administração e Recursos Humanos/Gabinete Civil), José Anselmo
de Carvalho Júnior, flutuava com a possibilidade de ser ungido. Mesmo
levitando, sobrou. Mesmo ritualista em sua fidelidade canina, foi
preterido.
O secretário do Planejamento do Estado, Obery Rodrigues Júnior, que
já auxiliou Rosalba em sua passagem no Senado e na Prefeitura de
Mossoró, figurou durante muitos meses como a melhor opção. Técnico visto
como competente, de ligação figadal ao casal, volatizou-se.
Obery esteve com aspiração de sair do governo em algumas
oportunidades, estressado com a pressão sofrida no cargo estratégico que
exerce. Essa seria uma ótima “porta” pro bye bye, mas que lhe foi fechada.
A situação mais incômoda pesou sobre Galbi Saldanha,
secretário-adjunto do Gabinete Civil. Sua vontade particular não
convenceu Carlos, seu padrinho desde os tempos em que o acomodou na
Assembleia Legislativa.
Galbi terminou com a missão de entregar pessoalmente a indicação, na
Assembleia Legislativa. Viu, em suas mãos, outro nome em vez do seu.
Mas é bom que fique claro: esse desgosto não deverá ter maiores
consequências para o comando do governismo. Quem sobrou sabe como são as
regras e conhece bem a hierarquia no grupo. Ordem é ordem.
Fonte: Blog do Carlos Santos
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